Editorial :: Chegou o ano mais temido das últimas décadas. Mesmo os principais agentes do palco político, que tantos malabarismos fazem para esconder a realidade, já avisaram: preparem--se, este vai ser um ano complicado. Já cada um de nós sentiu o impacto da recessão, mas não foi assim que nos habituámos sempre a viver? Todos os anos se ouve a palavra crise colada a qualquer contexto.
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Mas o papão desta vez vem com um lifting e preparado para durar…
A crise económica existe, de facto. Mas devia assustar tanto como a crise que existe nos valores. Numa sociedade em que mais facilmente se aceitam imagens de violência do que um acto de carinho entre duas pessoas do mesmo sexo, algo vai mal. O caso recente passado em Itália é sintomático. As cenas dos beijos entre os dois cowboys de Brokeback Mountain foram esquartejadas, quando o filme passou na televisão pública.
A crise económica existe, de facto. Mas devia assustar tanto como a crise que existe nos valores. Numa sociedade em que mais facilmente se aceitam imagens de violência do que um acto de carinho entre duas pessoas do mesmo sexo, algo vai mal. O caso recente passado em Itália é sintomático. As cenas dos beijos entre os dois cowboys de Brokeback Mountain foram esquartejadas, quando o filme passou na televisão pública.
Em Portugal, por exemplo, numa altura em que o casamento homossexual era um dos temas incontornáveis, o Prós e Contras, espaço de debate semanal na RTP1, pura e simplesmente, ignorou o tema. Segundo a apresentadora havia temas mais urgentes para discutir
na sociedade portuguesa. Ora aqui está uma boa explicação para aquilo que se aproxima em ano de eleições… e de crise.
Para quê discutir temas ditos fracturantes, quando o País tem a obrigação de se unir para ultrapassar tempos difíceis? Matérias como esta vão continuar a ser inferiorizadas porque não se encontram nos altos desígnios da Nação. E assim, de crise em crise, os nossos políticos vão aproveitando e fugindo aos temas que os atemorizam. Ignorando que ao adiarem estas questões estão a contribuir para uma sociedade menos justa, igualitária e feliz. E em permanente crise.
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