
A notícia soube-se através do comité organizador do simpósio de três dias sobre turismo gay e lésbico, realizado agora, no Hotel Fénix, em Lisboa. Com o objectivo de captar novos turistas no segmento gay e lésbico, cerca de 15 empresas participaram no simpósio de apresentação das potencialidades nacionais junto de 60 agentes de viagens norte-americanos e da Europa, que se deslocaram a Lisboa a convite da IGLTA-Associação Internacional de Viagens Gay e Lésbicas e da ATL-Associação de Turismo de Lisboa. Perante um tipo de turismo sofisticado, exigente e disposto a pagar bem (1.554 euros cada viagem) para ver as belezas naturais oferecidas pelo vale onde se produz o vinho do Porto, o barco Infante D. Henrique (do Grupo Douro Azul), construído no ano passado, apresenta condições de luxo, de hotel de cinco estrelas flutuante. É estimado em cem mil o número de gays e lésbicas que anualmente visitam a capital. Aliás, a Europa prepara-se para aderir aos cruzeiros gay do estilo norte-americano. A partir de Dezembro, a empresa Romeo-N-Romeo efectuará cruzeiros de dez dias nas Canárias, sendo que ao quinto dia é o momento do barco exclusivo para homens acostar no Funchal. O primeiro cruzeiro arranca a 24 de Dezembro e chega à Madeira a 28. O assunto traz à colação o tema do Nudismo.
Há um ano, a Sky News noticiava que “Portugal está considerando permitir o nudismo em suas praias do Algarve, numa tentativa de impulsionar o turismo”. E, citando o presidente da RTA - Região Turística do Algarve, Helder Martins, acrescentava que “praias nudistas podem ser uma atracção turística interessante. Nós estamos prontos para trabalhar essa ideia, assim como vamos fazê-lo com o turismo cultural e com o turismo rural”. Mais tarde, a Praia das Adegas, em Odeceixe, receberia, em Junho deste ano, a Jornada Mundial de Naturismo, uma iniciativa da Federação Portuguesa de Naturismo. É preciso dizer que Portugal já tem uma Lei de Naturismo, o DR 29/94, assinada pelo então Primeiro-Ministro Fernando Nogueira e promulgada em 29 de Agosto de 1994 pelo então Presidente da República Mário Soares. No papel, trata-se de um diploma bastante razoável e actualizado. Na prática, já sabemos quão difícil é ultrapassar as barreiras dos preconceitos. E como a lei parte da apresentação de propostas por parte das Câmaras Municipais e aprovação por parte das respectivas Assembleias Municipais, já se vê como as coisas são...
CARLOS SOUSA / www.unitedphotopress.com
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